quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Um sorriso. Um abraço.

Estranha sensação que arde no peito. Caleidoscópio vertiginoso de imagens incompreensíveis, ininteligíveis e intraduzíveis! Vejo formas, vejo sombras, vejo cores e sinto cheiros. Ouço passos sobre o irregular tapete outonal formado por folhas já secas. Campo aberto, vento frio... as folhas estalam logo abaixo dos pés descalços.

A cada novo passo um som, uma sensação uma ressonância! O ensurdecedor silêncio faz com que as batidas do coração ecoem como o trovão que rasga os céus durante a tempestade. Cada pensamento manifesta-se como um sonoro sussurro lançado gentilmente em meio a imensidão.

A beleza da simplicidade se faz presente diante da imensidão do vazio acinzentado. Camadas e mais camadas se sobrepõe formando uma carapaça dura e disforme. Impenetrável. Imquebrável.

Vejo em meu caminho uma urna, reluzente e entalhada com selos que já perderam seu significado no tempo. Será essa uma caixa de pandora? Não posso mais moldar as palavras que ganham forma a partir de meus lábios. Seria essa a prova final? Não sei... afinal, como abrir essa urna?!

O caminho é longo e tortuoso. Muitas são as armadilhas montadas durante o percurso. Lindas flores rodeiam esta longa estrada. Vontade.

O tapete de folhas parece agora aveludado, não mais incomoda a cada nova passada. Aproveito para identificar uma ou outra forma assumida por essa e aquela nuvem no céu.

Não reconheco o rosto refletido na doce água do lago a minha frente. Sinto a imensidão ser preenchida com a totalidade do vazio. Sinto frio. Estremeço. A boca está seca e não consigo gritar... a voz simplesmente não sai!!!!

Mas afinal, o que está acontecendo?! Sombras antigas desaparecem no ar como uma nuvem de poeira levantada pelo discreto vento do oeste.

Apesar de amedrontado agora sinto o calor do espírito lentamente se inflamar, como o fogo mal apagado alimentado por um vento forte em meio a palha seca de outrora.

Sinto-me inflamar. Inflar. Até quase estourar! O som do estalar das folhas agora é intenso. Não estou mais andando... estou correndo!

A urna está semi-aberta em uma de minhas mãos. Na outra, a chave. Corro. Quais serão os segredos aqui guardados?

Um sorriso. Um abraço.

Anseio pela gentil companhia, que saudosamente oferece sua mão para me acompanha até os lugares mais remotos. Passado. Futuro. Presente...

Por um breve momento a luz da pequena urna oscila iluminando o quarto escuro, revelando inúmeras inscrições por todos os lados, paredes, chão, teto. Não mais seguro a urna em uma das mãos, não. Será? Sim, esta É a urna.

Tanto tempo, tantas lembranças...

Um abraço. Um sorriso.

Uma esperança. Um medo solitário...

Preciso ser forte. Preciso de força.

Que assim seja.

4 comentários:

Sandra Carciofi disse...

Preciso ser forte. Preciso de força.²

Unknown disse...

Eu concordo! Nada como um sorriso e um abraço! ^.^

Unknown disse...

Teremos apenas um post por mês mesmoooo?!

=*

Unknown disse...

E novamente... nada como um sorrisoo e um abraçoooo!...